sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um pouco da minha vida ....

Segunda chance



Por volta de 1986, eu estava com mais ou menos 6 anos , sempre muito serelepe, meu tamanho, o peso sempre acima do normal para minha idade, uma criança muito ativa e que começou a sentir-se muito fraca, comecei a perder peso, não me alimentava direito, urinava constantemente à noite, em casos de molhar o chão em baixo da cama. Minha pediatra dizia na época que era normal e até receitou um medicamento.


Mas um belo dia, foi para consultar me e minha médica não pode atender, fui encaminhada a outro especialista . E nessa mudança tive que fazer inúmeros exames onde acabei descobrindo que sofria de Insuficiência Renal.


Então tudo que eu digeria, as proteínas eram descartadas e o corpo adquiria tudo o que não tinha uma função boa .


Deste dia em diante comecei a fazer numerosas seções de exames, porque ainda existia a possibilidade de que os rins voltassem a funcionar, pelo fato de ser uma criança. Meu médico Dr. Flávio Augusto Frias nefrologista em Campinas, sempre me explicou tudo a respeito do tratamento, mas eram e exames e mais exames . Os meus ossos estavam fracos, só queria fica deitada, foi quando percebeu que era necessário um transplante direto sem hemodiálise. Eu, meu Pai , minha Mãe fomos até São Paulo para fazer exames de compatibilidade de órgãos, momentos sofridos, mas com uma resposta satisfatória minha Mãe tinha probabilidade de 95% em doar e meu Pai 77% . Os médicos na época acharam incrível, pois essa porcentagem é comum em gêmeos.


Ficou decidido que minha Mãe seria minha doadora, fizemos todos os exames necessários pré- cirúrgicos e fui internada na Beneficência Portuguesa de Campinas, no dia 22 de novembro de 1991. A cirurgia correu tudo ótimo ! No dia 23 de novembro de 1991 estava de rim novo e com meus dois doentes também , mas começaram os problemas com a cortisona em dosagem alta tive todas as reações que existem dela; alucinações, cegueira temporária, mudança de humor constante, alergia e outras reações. Tudo porque preocupação da equipe era tamanha que a dosagem estava alta para uma criança, e também de ter sido a primeira criança em Campinas a submeter a um transplante. Fiquei internada 22 dias em uma espécie de UTI, lá aconteceu de tudo até descobrirem que tinha uma queimadura de 3° grau nas nádegas por erro médico, tive que me submeter a 2 plásticas para corrigir.


Depois que voltei para casa, vida normal, mas devido à medicação, minha doença os ossos foram enfraquecidos e acabei fazendo 2 cirurgias para corrigir o “ângulo” do joelho direito que estava acima do normal colocando 3 pinos de platina e fiquei 2 meses até retira-los.


Esses longos anos foram muitas vitórias e mesmo sendo uma criança na época eu tive a sensação de que estava morrendo, mas percebi que tinha ganhado uma segunda chance de viver e ser útil aqui na terra . Então minha lição de vida hoje, usando medicamentos novos, com uma vida normal, ativa , dou valor a cada segundo da minha vida. E que em tudo existe esperança por mais que leve tempo, anos, mas ela existe quando se tem força pra lutar .

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