Mais um trechinho do meu livro ....
Sol nascente
Tudo começou muito tarde:
Naquela noite percebi algo, um vulto de cabelos negros, seguindo meus passos em meio ao piche que grudava nas minhas sandálias, quanto mais corria mas pensava em saber quem era, olhei para traz e onde foi? Aiiiiiii!!Gritei de surpresa!!! Ali estava ele diante de meus olhos com cabelos brilhantes ao sereno fixando todo meu ser com aqueles olhinhos puxados. Paralisada pensei: É um assalto, ai meu deus ! ”Parecia que tinha lido meus pensamentos e respondeu ao terminar do ecoar da minha mente: Sim vou roubar seu coração ! Foi quando acordei em seus braços na noite de um quartinho qualquer.”
Você torturava meus pensamentos, depois dessa noite em que me perdi em seus cabelos negros e sua pele branquinha.
Tudo continua tarde:
E mais uma vez ali estava, aquela costa larga, a mesma pele branquinha que nos nossos reencontros tornavam-se quente e rosada junto ao rolar do tatame, derrubando as velas e deixando o fogo seguir em frente.
Tudo foi descoberto tarde :
E estamos nós juntos em uma noite fria de junho, os corpos entrelaçados, os seus olhos puxados fixando os meus, já não tem o mesmo brilho de quando te encontrei e foi assim que descobrimos o amor, de um jeito proibido e de um jeito só nosso. Mas não podia ser.
Tudo foi dito tarde:
Não consigo olhar no espelho e imaginar minha imagem refletida sozinha. Não consigo aceitar que aqueles cabelos negros em meio aos meus dedos não estão mais e fico torturando minha mente com você do outro lado do mundo. A última vez que ouvi sua voz foi com um “Sayonara”. Então fecho meus olhos e começo a pensar como tudo acabou. E que mesmo no seu imenso amor por mim, teve que partir para o lugar dos “Samurais”. Gozado você nem era um ?
Tudo ficou muito tarde:
Com a distância, apenas ficou o cheiro no ar , o nosso “hachi” dividido para ficar na esperança de sua volta.
Tudo ficou na esperança mais tarde:
Do seu corpo quente, dos olhos negros orientais, da sua voz chamando por mim, de suas meias a dançarem pela casa e espero cada novo pôr-do-sol meus olhos abrirem , com você na frente deles em uma longa tarde de inverno. Fazendo assim , de nossos “hachis” um par.
Tudo será cedo ?
Aline Ferreira
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